Aeroportos paquistaneses iniciam campanha contra a pólio

10 de maio de 2014

Entre 2012 e 2013, o número de casos de pólio têm aumentado de 59 a 91, segundo a OMS

Seguindo as advertências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Paquistão instalará pontos obrigatórios de vacinação contra a poliomielite nos aeroportos do país. O objetivo é evitar a propagação da doença que, segundo anunciou a OMS, ressurgiu em 10 países do mundo. Como resultado, a OMS declarou no começo da semana “estado de emergência sanitária” em nível global. (fotos: Pakistan Today / Farooq Naeem—AFP)

As catastróficas consequências da pólio -paralisia, atrofia muscular e até morte caso o diafragma paralise – afetaram quase 70 pessoas neste ano, especialmente no Paquistão, em Camarões e na Síria, onde a doença virou endêmica. Entre 2012 e 2013, o número de casos de pólio têm aumentado de 59 a 91, segundo a organização.

Neste contexto, os aeroportos são pontos fundamentais para evitar a disseminação da doença. No Paquistão, todos os residentes e visitantes de longo prazo terão que receber uma vacina contra a pólio, entre quatro semanas e um ano antes de viajar para o exterior. Caso a viagem seja urgente, o passageiro terá que tomar no mínimo uma dose da vacina antes da partida.

A organização também pediu aos passageiros para viajar com certificados que demonstrem a imunização. Sajid Ali Shah, o porta-voz do ministério da Saúde paquistanês, não confirmou ainda se ao longo prazo os não residentes também serão sujeitos à imunização no âmbito da nova iniciativa. “Isso vai ser decidido em uma reunião agendada em breve”, disse ele.

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Por sua parte, a Índia, que recentemente comemorou a erradicação da doença, anunciou em dezembro do ano passado que exigiria certificados de vacinação aos paquistaneses seis semanas antes das viagens entre as fronteiras.

Porém, aeroportos não serão os únicos pontos-chave de vacinação. “As medidas especiais da nova iniciativa vai incluir o estabelecimento de balcões de imunização obrigatória em todos os aeroportos, postos de fronteira e portos marítimos para todos os viajantes”, adicionou Shah.

Causas do novo surto

A pólio resurgiu no Paquistão porque os Talibãs e outras violentas milícias realizaram ataques contras as campanhas de vacinação. Além disso, existem temores públicos de que a vacina provoca a infertilidade.

Os militantes vêm a campanha da pólio como uma faixada para a espionagem estrangeira e atacam regularmente as equipes de imunização. Desde dezembro de 2012, cerca de 60 pessoas morreram em consequência dos ataques. A oposição aumentou desde que, em 2011, um médico paquistanês ajudou a rastrear Osama bin Laden usando um projeto de vacina falsa.

Ana Abril com informações  do The News, do El Mundo e do La Prensa

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Redação Revista Embarque

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