Coronavírus: surto custará às companhias aéreas US$ 29,3 bilhões, diz IATA
Estima-se que a queda no valor das passagens varie de 15% a 30%
Por: Cecilia Barría BBC News Mundo - 9 de março de 2020
A economia global tem sido gravemente afetada pela disseminação do novo coronavírus e um dos setores mais atingidos é a indústria da aviação.
As companhias aéreas podem perder até US$ 113 bilhões (R$ 523 bilhões) em receita este ano devido ao impacto do vírus, segundo estimativa da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês).
“O impacto da covid-19 é quase sem precedentes”, disse Alexandre de Juniac, diretor-executivo da organização, na última quinta-feira.
“Em pouco mais de dois meses, as perspectivas da indústria em grande parte do mundo deram uma reviravolta dramática”.
O setor sofreu uma queda drástica no tráfego de passageiros devido ao medo que as pessoas têm de serem infectadas ao viajar.
A epidemia causou estragos em grande parte das empresas, que, por causa do surto, foram forçadas a reduzir voos e cancelar temporariamente algumas rotas.
A companhia aérea alemã Lufthansa anunciou sexta-feira que reduzirá sua capacidade em até 50% nas próximas semanas para enfrentar as consequências financeiras da crise.
A decisão foi tomada apenas um dia depois que a empresa cancelou 7,1 mil voos na Europa em março e todos os seus voos para Israel.
O impacto do vírus na aviação se refletiu nas bolsas de valores nas últimas semanas, com quedas generalizadas de cerca de 10% e alta volatilidade.
No Brasil, as ações das principais companhias aéreas registraram forte queda devido ao temor com o coronavírus e a alta do dólar. A Latam cancelou temporariamente os voos para Milão, na Itália, e permitiu a remarcação gratuita das passagens.
A expansão da epidemia
Apenas duas semanas atrás, a IATA havia estimado que o surto custaria às companhias aéreas US$ 29,3 bilhões (R$ 136 bilhões) em receita, mas o cálculo rapidamente se tornou desatualizado devido à propagação do vírus que atingiu mais de 100 países.
Mais de 110 mil pessoas foram infectadas e quase 4 mil morreram em todo o mundo.
Na América Latina, a presença do vírus foi confirmada oficialmente na Argentina, Brasil, Chile, Equador, Peru, México e República Dominicana.
Além da China, a situação da indústria é especialmente delicada em países com mais de 100 casos, como Itália, França, Alemanha, Espanha, Irã, EUA, Coréia do Sul, Japão e Cingapura.
Essa crise de saúde já causou uma perda estimada de US$ 50 bilhões na economia mundial, de acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
E o crescimento econômico pode cair pela metade se o problema se prolongar e piorar, de acordo com as projeções da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Redação Revista Embarque
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