COVID-19: “25 milhões de empregos na aviação estão ameaçados”, alerta IATA
Segundo a entidade, a maioria das companhias aéreas do mundo têm fluxo de caixa para duas ou três semanas e "muito poucas" poderiam suportar seis meses totalmente paradas.
7 de abril de 2020
As companhias aéreas latino-americanas vão perder 15 bilhões de dólares este ano com a pandemia da COVID-19, na pior crise da história do setor, advertiu na segunda-feira (6) um executivo da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
“O impacto que estimamos neste momento, baseados em números que temos até agora, é que a perda de receita equivale a 15 bilhões de dólares” na América Latina e no Caribe, disse durante uma conferência virtual o vice-presidente da IATA para as Américas, Peter Cerdá.
Além disso, há uma redução na demanda por passagens de 41% em comparação com o ano passado, acrescentou.
As perdas se somam aos US$ 88 bilhões da região Ásia-Pacífico, os US$ 76 bilhões na Europa, os US$ 50 bilhões na América do Norte e os US$ 19 bilhões no Oriente Médio.
As perdas se devem a que muitos países fecharam suas fronteiras para tentar conter a expansão do novo coronavírus, que provocou mais de mil mortes e mais de 33.000 contágios na América Latina.
Com isso, os voos se restringiram a alguns serviços de carga, como o transporte de insumos e de saúde, e viagens especiais para a repatriação de pessoas sem conseguir voltar a seus países de origem.
“Esta é, sem dúvida, a maior crise da história do transporte aéreo. No passado, houve crises econômicas, regionais, inclusive outras pandemias ou (os ataques terroristas nos Estados Unidos de) 9/11, mas nenhuma teve a magnitude desta”, disse Cerdá.
O executivo da IATA advertiu que a maioria das companhias aéreas do mundo têm fluxo de caixa para duas ou três semanas e “muito poucas” poderiam suportar seis meses totalmente paradas.
“Vamos ter linhas aéreas que não vão estar em posição de reabrir no futuro, que estarão em falência”, antecipou Cerdá, que pediu aos governos medidas de estímulo e pacotes financeiros para ajudar as empresas aéreas.
“Vamos depender muito das medidas que os governos impuserem, mas sem o aporte econômico, é extremamente complexo que algumas companhias aéreas que temos hoje possam reiniciar algumas operações quando se reativar” a economia, disse Cerdá.
Redação Revista Embarque
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