“Leilão do Aeroporto de Congonhas é precipitado”, alerta SINA
Funcionários da Infraero e moradores se reunirão nesta sexta-feira (5/8) para debater ações para adiar processo
Por: Viviane Barbosa, Editora da Revista Embarque - 3 de agosto de 2022
Com a finalidade de debater estratégias para barrar o leilão do Aeroporto de Congonhas, localizado na zona sul de São Paulo, o Sindicato Nacional dos Aeroportuários (SINA) realizará nesta sexta-feira, dia (5/8), assembleia com a categoria. (foto: Aeroportos do Mundo)
Funcionários da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) e moradores da região participarão da reunião, que será às 14h, no auditório do Aeroporto. Os aeroportos de Congonhas e Campo de Marte, em Campinas, estão incluídos na 7ª rodada de concessões aeroportuárias do governo federal, que totaliza 15 unidades em todo o Brasil.
Considerada a “joia da coroa”, Congonhas está mira do governo Bolsonaro que pretende “leiloá-lo” daqui a duas semanas, em 18 de agosto.
Leilão é precipitado
Para o presidente do SINA, Francisco Lemos, (foto) esse leilão é precipitado e deveria ser adiado para que se possa aprofundar o debate com todos os setores envolvidos: Sindicato, associações de moradores e lojistas. “Temos que alertar o passageiro que é um crime como estão conduzindo o leilão do Aeroporto de Congonhas”, frisa.
O Sindicato já ingressou com processos civis nos Ministérios Públicos Federal e Estadual, também solicitou o adiamento do leilão em audiências públicas na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) e está conversando com a deputada Erika Kokay (PT-DF) para que ajude a sensibilizar o Congresso a suspender essa venda no dia 18.
Lemos explica que caso aconteça esse leilão os direitos dos aeroportuários estão ameaçados. “Vocês acham que continuarão com os planos de saúde, odontológico e com cláusulas do acordo coletivo da Infraero? Se venderem, a Infraero não terá como pagar mais. Vocês acham que o ministro Paulo Guedes irá colocar aporte mensal de dinheiro na Infraero para pagar esses direitos, isso já era”, desabafa Lemos em vídeo à categoria.
O dirigente também alerta que quem comprar o Aeroporto promete aumentar as operações em 36%. Isso causará um impacto proporcional também no trânsito já caótico da região e na mobilidade daqueles que residem, trabalham e trafegam por aquele canto da cidade de São Paulo.
“Além do aumento da criminalidade no aeroporto e no seu entorno, porque, uma vez transformado em internacional, passa a ser mais uma porta de evasão de divisas e tráfico internacional de armas e drogas”, explica Lemos.
Previsão de arrecadação
De acordo com a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), o aeródromo de Congonhas está no bloco SP-MS-PA-MG, que inclui ainda os equipamentos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul; Santarém, Marabá, Parauapebas e Altamira, no Pará; Uberlândia, Uberaba e Montes Claros, em Minas Gerais.
A contribuição inicial mínima é de R$ 740,1 milhões. O valor estimado para todo o contrato é de R$ 11,6 bilhões. Os aeroportos desse bloco são praticamente os últimos administrados pela Infraero.
Redação Revista Embarque
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