Integrantes do movimento negro criticam campanha #somostodosmacacos

2 de maio de 2014

Para a ministra, Luiza Bairros, a iniciativa é leviana. Você concorda?

A polêmica campanha “#somostodosmacacos”, lançada pelo jogador Neymar, divide a opinião de artistas, jornalistas e até da presidente Dilma Rousseff nas redes sociais. Integrantes do movimento negro também usaram a internet para tecer críticas à iniciativa criada pela agência Loducca em resposta ao pedido do atleta.
A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, disse à Agência Brasil que a campanha é leviana e busca transformar a imagem do macaco em algo positivo, quando tem uma conotação essencialmente negativa para negros.
“O que existe é uma tendência de considerar o racismo como um fenômeno superficial na sociedade brasileira, ou em qualquer outro lugar do mundo: algo que se manifesta como um dado isolado, como uma expressão de indivíduos que praticam atos racistas”, ponderou.

O professor de história e integrante da UNEafro Brasil, Douglas Belchior, avaliou que a conduta do jogador Daniel Alves, que comeu uma banana jogada contra ele, em partida realizada no último domingo (27/4), foi “interessante, provocativa”, mas critica a campanha deflagrada em seguida. Para ele, a associação de negros a macacos é um modo de reprodução do racismo.

O cineasta Joel Zito de Oliveira, que dirigiu o filme “A Negação do Brasil”, que trata da representação dos negros na mídia, avalia a iniciativa como um “equívoco” por esconder a negritude e não ser capaz de enfrentar o racismo.

Ele avalia que a proporção obtida pela iniciativa também está relacionada ao conteúdo dela. “Tudo que é feito, e que de fato não incomoda e não muda a questão racial no Brasil, tende a ter aceitação mais fácil”, ressaltou. “Branco comendo uma banana ou colocando sobre a cabeça pode virar Carmen Miranda, carnaval. Com o negro é outra coisa. Mas a postura da sociedade brasileira sempre foi no sentido de evitar o confronto”, completou.

Você concorda?

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Com informações do Portal Imprensa

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Redação Revista Embarque

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