O objetivo é combater ataques terroristas que usam bombas camufladas em dispositivos eletrônicos

Enquanto na maioria aeroportos do mundo é proibido passar pelo controle de passaportes com o celular ligado, agora, em alguns aeroportos nos Estados Unidos e Europa será obrigatório ligá-lo. Essa é a nova medida imposta pela Administração de Segurança do Transporte (TSA) dos EUA após o aumento de ameaças terroristas. (fotos: Huffington Post / Divulgação / AFP)

De acordo com a nova norma, passageiros que não possam ligar o celular ou qualquer outro dispositivo eletrônico, após a solicitação dos agentes, terão que ser submetidos a um intensivo registro. Além disso, terão que embarcar sem os aparelhos eletrônicos.

O objetivo é comprovar que os celulares e dispositivos eletrônicos não são artefatos explosivos ou bombas camuflados. Os aeroportos recomendam manter todos os aparelhos eletrônicos carregados para serem mostrados diante dos agentes de segurança.

O governo estadunidense cita as repostas as ameaças terroristas apenas como medidas preventivas. Isso porque alguns oficiais da Agencia Central de Inteligência (CIA) descobriram que a Al Qaeda está tentando criar bombas indetectáveis pelos atuais dispositivos de segurança dos aeroportos. A TSA ainda tem prevenido alguns aeroportos europeus, que também têm adotado  medidas semelhantes em relação aos dispositivos eletrônicos.

Medo no Reino Unido

O Heathrow Airport, o aeroporto de maior tráfego de passageiros da Europa, situado em Londres, é um dos que têm aumentado as medidas de segurança. As ações também foram reforçadas após a difusão de um vídeo do jihadista britânico Nasser Muthana, membro do grupo terrorista Estado Islâmico. No vídeo, Muthana incitava jovens a aderirem à organização armada. Além disso, ele mostrava imagens de ao menos 15 bombas artesanais. Somente nos últimos dois anos, mais de 450 britânicos aderiram ao grupo terrorista Estado Islâmico.

Embora o Estado Islâmico sempre estivesse vinculado à Al Qaeda, foi neste ano que o grupo terrorista proclamou a sua independência. O objetivo do Estado Islâmico, formado por islamistas sunitas, é se estender pelos territórios de Jordânia, Israel e Palestina, entre outros, e difundir as práticas islâmicas mais conservadoras.

Atualmente, a organização está assentada em parte do Iraque e da Síria e tem sido responsável pela morte de milhares de civis e membros do governo do Iraque. Os EUA também são alvo dos seus ataques, já que foi a invasão de Iraque de 2003 a principal causa da criação do grupo terrorista. As medidas de segurança nos aeroportos são vistas pelos governos como um elemento chave para evitar as tragédias como a do 11 de setembro de 2001.

Ana Abril com informações de El Mundo, do The Boston Globe e da BBC