Rio de Janeiro: Mostra dos irmãos Lumière desembarca no Centro Cultural Correios
Considerados os pais do cinema, a exposição “As Vistas Lumière” entra em cartaz no dia 8 dezembro e conta com 20 documentários
26 de novembro de 2015
A mostra “As Vistas Lumière e os 450 anos do Rio de Janeiro” dos irmãos Auguste e Louis Lumière, considerados os pais do cinema, chega ao Centro Cultural Correios, no dia 8 de dezembro, no Rio de Janeiro. Durante anos, os irmãos registraram, com a invenção que denominaram “cinematógrafo”, pequenos documentários de aproximadamente três minutos de duração, com cenas do cotidiano que retratam, sobretudo, os impactos da modernidade nas principais capitais europeias.
Parte deste acervo, que está sob a guarda do Instituto Lumière, na França, visita o Brasil pela primeira vez. A exposição contará com 20 desses documentários, conhecidos como “Vistas Lumière”, e também exibirá cenas do Rio de hoje, gravadas em celulares por alunos do Instituto Benjamin Constant.
O projeto foi idealizado por Aída Marques, que responde pela concepção e curadoria, a mostra tem cenografia de Doris Rollemberg, ambientação sonora de Marcos de Souza e curadoria das fotografias do Rio de Janeiro de Pedro Vasquez e das filmagens atuais de Adriana Fresquet.
Para Aída Marques, a exposição exibe os filmes dos irmãos Lumière dentro de um contexto muito especial: a memória, fazendo a ponte para o presente e conectando as possibilidades da tecnologia. “É possível perceber, com clareza, que a beleza que se vê nas primeiras imagens do cinema e a beleza contida num filme feito com celular são, no fundo, a mesma coisa. Ambas são fruto do maravilhamento diante de uma tecnologia que surge, além de expressar a arte de quem as produz. É uma viagem pelo tempo e não no tempo, já que liga o início do cinema à mais recente tecnologia para registro de imagens via celular”, explica.
As imagens gravadas nos celulares são de autoria de um grupo de deficientes visuais do Instituto Benjamin Constant, que tiveram aulas teóricas e práticas para participarem do projeto. “A proposta é a mesma dos filmes dos irmãos Lumière: imagem frontal, câmera parada. O aspecto contemporâneo se traduz no uso do celular, uma plataforma muito próxima das novas gerações, importante também porque carrega um conceito a ser filmado e tem o aspecto da inclusão. Acho que essa proposta traz um diferencial não só para quem filma como para os espectadores. É outro ângulo para mostrar que eventuais “deficiências” não impedem o crescimento e a expressão de qualquer pessoa”, explica a curadora Adriana Fresquet.
Harmonia
Os dois primeiros filmes registrados pelos irmãos Lumière, “Chegada de um trem à estação de La Ciotate” e “Saída dos trabalhadores da Fábrica Lumière”, serão exibidos em uma sala de projeção, onde também serão exibidos, ao mesmo tempo e em 12 telas distintas, diversos filmes que compõem a mostra. O músico e compositor, que responde pela sonoplastia da exposição, Marcos de Souza, revela que a ambientação sonora da mostra evoca vários tipos de sonoridades, inclusive trechos musicais que remetem à época em que foram feitos os filmes, mas nada muito explícito, apenas para situar e envolver os visitantes.
A cenógrafa Doris Rollemberg conta que toda a ambientação procura criar um vínculo da memória com a contemporaneidade. “Há uma espécie de “corredor” que liga a primeira sala, onde acontecem as “Vistas Lumière”, à segunda sala, que mostra o Rio de Janeiro de ontem e de hoje. Este corredor abriga uma instalação sonora que estimula a viagem que a exposição propõe, o encontro com o Rio de Janeiro antigo e com o Rio de Janeiro de hoje”, explica Doris.
Serviços
Exposição: As Vistas Lumière e os 450 anos do Rio de Janeiro
Quando: De 8 de Dezembro a 21 de fevereiro 2016
Local: Centro Cultural Correios
Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro – Rio de Janeiro
Horários: De terça a domingo, das 12h às 19h
Entrada Gratuita
Informações: (21) 2253-1580
Redação Revista Embarque
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Email: embarque@revistaembarque.com