Aeroporto defende a grama alta para evitar colisões entre pássaros e aeronaves
22 de agosto de 2014
Entre 2001 e 2013, 218 aves se envolveram em acidentes aéreos nos arredores do Dayton
As colisões entre aves e aeronaves são uns dos principais quebra-cabeças dos aeroportos de todo o mundo. Responsável por grande parte dos acidentes, o impacto entre pássaros e aviões não tem soluções econômica e ambiental fáceis. Contudo, o Dayton International Airport, em Ohio, nos EUA, espera acabar com o problema com uma medida simples: o cultivo de grama alta, similar às pradarias, em torno do aeroporto. (fotos: Divulgação / Lance Iversen / The Associated Press)
A solução é baseada na crença de que as aves pesadas e, portanto, mais perigosas para as aeronaves, evitam a grama alta pelo temor à existência de possíveis predadores escondidos nela. Por essa razão, os funcionários do aeroporto estadunidense estão cultivando mais de 120 hectares de grama alta ao redor das instalações aeroportuárias. A expectativa é de que o cultivo dos principais caminhos de pouso e decolagens das aeronaves seja finalizado até fim do ano.
Solução verde
Embora a maioria dos choques não tenha consequências graves para a aeronave, – o mesmo não pode ser dito no caso dos pássaros – muitas das colisões resultam em acidentes graves e mortes. Além disso, os estragos econômicos desses acidentes custam à indústria da aviação mais de R$ 2 bilhões por ano, segundo estimativas da Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA.
Por isso, o cultivo de grama alta se apresenta como uma solução econômica simples e que alia vantagens ambientais, já que não causa danos aos pássaros. Diferente de outros aeroportos, o Dayton International Airport defende uma política de respeito às aves e se orgulha de ter celebrado, neste ano, 14 anos sem matar um único pássaro. As organizações defensoras de animais também são grandes apoiadoras da ação e explicam que a grama alta representa um novo habitat para espécies ameaçadas.
Além disso, esse tipo cultivo também evita o escorrimento da água para a pista de pouso, elimina o dióxido de carbono do ar e não exige muitos gastos com manutenção, já que é preciso apenas uma roçada a cada três anos.
Apenas nos EUA são registrados mais de 10 mil embates entre aves e aeronaves por ano. Entre 2001 e 2013, 218 aves se envolveram em acidentes aéreos nos arredores do Dayton International Airport.
Revés
Contudo, o Dayton International Airport tem três anos para provar a eficiência do novo método anti-colisões. Isso porque, no passado, a FAA observou que esse tipo de grama incrementa a população de roedores, fonte de alimento de diversos tipos de pássaros, o que atrairia a muitas aves perto das instalações aeroportuárias.
Ana Abril com informações do Mashable
Redação Revista Embarque
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