Aeroportos se tornam peça-chave na luta contra o ebola
12 de agosto de 2014
A instalação de scanners de temperatura e cartazes informativos são algumas das ações adotadas
A epidemia de ebola na África não para de crescer. Mais de 950 pessoas faleceram desde o surgimento do surto, em março desse ano, na África Ocidental. O alerta vermelho só disparou, contudo, na última sexta-feira, dia 8 de agosto, após a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar a epidemia uma emergência sanitária internacional. Ainda não existe uma cura eficaz para a doença, por isso, as organizações internacionais e governos concentram esforços no isolamento do problema. Em consequência disso, os aeroportos têm virado pontos de monitoramento com o objetivo de evitar a expansão do maior surto de ebola registrado na história. (NBC News / AP / AFP)
Oficiais de saúde do Murtala Muhammed International Airport, na Nigéria, medem a temperatura no hall do aeroporto
As medidas de segurança contra o ebola variam em cada aeroporto e segundo as conexões existentes com os países afetados. As ações preventivas, no entanto, já começam nos próprios países contaminados: Guiné, Libéria, Serra Leoa e Nigéria. Neste último, por exemplo, é verificada a temperatura de todos os viajantes. Além disso, os passageiros são obrigados a preencher um questionário de saúde. A saída do país não será permitida em caso de suspeitas sobre passageiros portadores de ebola.
Por sua parte, a Libéria mantém as fronteiras fechadas desde o último domingo. Dessa forma, a única entrada e saída do país é o aeroporto, que também possui medidas de segurança contra a propagação do vírus. Ainda assim, a OMS afirmou serem inúteis as ações fronteiriças no combate à propagação do ebola, já que o período de incubação da doença pode chegar até 21 dias.
Aeroportos da Costa do Marfim, país vizinho à Libéria, informam sobre os sintomas do ebola
Além das ações restritivas adotadas pelos países afetados, o resto do mundo também tem tomado providências contra a chegada da mortífera patologia. Mesmo em países onde as possibilidades da chegada do vírus são ínfimas, como Nova Zelândia e Austrália, medidas de segurança foram adotadas. Dessa forma, os passageiros que viajam para a Nova Zelândia após terem visitado algum dos países afetados pelo ebola, nas últimas três semanas, serão rastreados em busca do vírus. Além disso, todos os viajantes receberão informação sobre os sintomas do ebola e serão comunicados sobre os lugares de tratamento oferecidos em caso de indisposição. Ações similares acontecem nos aeroportos australianos embora com maior preocupação, já que ao contrário da Nova Zelândia, a Austrália possui voos diretos desde a África.
Por sua maior proximidade geográfica, o Kempegow da International Airport, em Bangalore, na Índia, disponibiliza paramédicos nas instalações aeroportuárias. A medida é fruto de uma parceria entre o departamento de saúde da cidade, do aeroporto e o comitê de companhias aéreas.
Vários aeroportos têm optado por instalar scanners de temperatura para evitar a viagem de passageiros contaminados
Já alguns aeroportos europeus, como o Frankfurt Airport, têm adotado medidas mais extremas. Apesar de a União Europeia ter assegurado a baixa probabilidade de o vírus chegar ao continente, o aeroporto alemão decidiu marcar os passageiros com sintomas do ebola com uma cruz vermelha para encaminhá-los diretamente ao hospital. Por sua parte, os vizinhos de assento dos afetados recebem uma cruz amarela e são observados em uma zona de isolamento nas próprias instalações aeroportuárias.
De qualquer forma, a maior parte de aeroportos do mundo tem adotado uma medida padrão: instalar scanners de temperatura para detectar os possíveis casos de ebola e cartazes informativos. O Sofia Airport, na Bulgária, e alguns aeroportos em Moscou, na Rússia, são alguns exemplos. Contudo, ações mais duras foram adotadas pelas próprias companhias aéreas como a britânica British Airways, que suspendeu os voos entre Londres e Libéria e Londres e Serra Leoa.
Ana Abril com informações da AFP, de El País, do The Moscow Times, da FOCUS News Agency e do Express News Service
Redação Revista Embarque
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