Confira os bastidores do transporte de flores

20 de junho de 2013

Neste ano, foram transportadas 78 toneladas de flores, que somam US$ 2,45 milhões.

As flores são um presente delicado, perecível e difícil de transportar. O simples caminho da floricultura até a pessoa que será presenteada já é capaz de estragar a conservação da planta. O transporte de longa distância desta mercadoria extremamente frágil precisa de cuidado e rapidez. Por isso, as plantas precisam de um processo logístico especial.
O Aeroporto Internacional de São Paulo, o GRU Airport, sabe disso. Até o mês de maio, já passaram pelo local 78 toneladas de flores para exportação, correspondentes a um valor de US$ 2,45 milhões. Esses números se multiplicam com o Dia dos Namorados, celebrado em 12 de junho. A cidade de Holambra, próxima a Campinas no Estado de São Paulo, destaca-se como o maior centro de produção de flores e plantas ornamentais da América Latina. Países como Holanda e Itália são os maiores importadores.
Marcelo de Andrade Mota, chefe do Serviço de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) do Aeroporto de Guarulhos, explicou à Revista Embarque as peculiaridades da viagem aérea das flores. “O produto precisa ser transportado no porão dos aviões em condições de baixa temperatura e pressurizado– para manter a mesma pressão do ambiente natural”, disse.
Com o objetivo de manter o produto refrigerado, as empresas exportadoras alugam mensalmente contêineres, horas antes do embarque.
A logística exige uma movimentação rápida no Terminal, o que faz com que o produto nunca passe mais de 12 horas no Aeroporto. Já no interior do avião, as flores são colocadas em embalagens especiais de papelão e apoiadas em pallets aeronáuticos. Além disso, ainda existe um processo burocrático para permitir a entrada e saída de flores do País.

Certificado

No caso do Brasil, é necessário o Certificado Fito-Sanitário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Este documento é emitido pelo Fiscal Federal Agropecuário do Vigiagro, no momento do pré-embarque das flores. Segundo Marcelo, a emissão do documento é baseada nas exigências fitossanitárias definidas pelo país importador e nas informações sanitárias disponíveis do local de origem das plantas.
O processo do transporte aéreo das flores é trabalhoso e exigente. A preparação dos aeroportos de todo o mundo começa já na véspera do Dia dos Namorados, a data com maior fluxo de exportações e importações do produto. Neste ano, o Aeroporto Internacional Schipol, na Holanda, foi o centro nervoso de uma grande operação logística para esse dia, que é celebrado no resto do mundo em 14 de fevereiro e é conhecido como São Valentim. Segundo a administração do aeroporto holandês, os 26 voos de carga realizados semanalmente entre Amsterdã, na Holanda, e Nairobi, no Quênia, não deram conta do grande volume extra de flores transportado. O dia de São Valentim movimentou 800 toneladas a mais, ou seja, um aumento de cerca de 30%.
Com a ajuda do transporte aéreo, não resta dúvida de que para o amor não existe fronteiras.

Por Viviane Barbosa com a colaboração de Ana Abril

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Redação Revista Embarque

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