Policiais de aeroportos peruanos passarão pelo detector de mentiras

3 de julho de 2014

A ação pretende diminuir a corrupção policial nos aeroportos

Os policiais dos aeroportos peruanos terão que passar pela prova do polígrafo para conservar os seus empregos. Caso eles não aceitem participar do teste, serão remanejados para outras ocupações dentro da Polícia Nacional. (fotos: Private Detective in Kharkov / Timothy R. Koster / Cristián Araos)

A ação foi anunciada pelo ministro do Interior do Peru, Daniel Urresti, com o objetivo de diminuir a corrupção policial nos aeroportos. Atualmente, muitos policiais permitem ações ilegais em troca de dinheiro ou favores. A intervenção da “máquina da verdade” descobrirá os subornos e chantagens realizados por policiais nos aeroportos. Os principais alvos do polígrafo serão as diretorias Antidrogas, de Requisições e de Turismo.

A ação será lançada no Aeropuerto Internacional Jorge Chávez, situado a 10 quilômetros do centro de Lima, e após os primeiros testes, será implementada nos aeroportos peruanos restantes.

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O polígrafo, também chamado de “detector de mentiras” mede as respostas fisiológicas do indivíduo para determinar se ele está mentindo ou falando a verdade. Dessa forma, segundo as variações na pressão arterial, o ritmo cardíaco ou a frequência respiratória, é possível saber as emoções provocadas pelos pensamentos da pessoa interrogada.

Porém, o polígrafo não possui nenhuma validade científica. Na Europa, por exemplo, esse método é usado em empresas privadas. No entanto, nos EUA, o sistema goza de bastante credibilidade e é até mesmo usado em alguns interrogatórios policiais. De qualquer maneira, existem vários estudos que certificam a possibilidade de “mentir para o detector de mentiras”.

Em um estudo da Academia Nacional de Ciências dos EUA, realizado com 10 mil pessoas, sendo que 10 eram espiãs, o polígrafo foi capaz de descobrir apenas 8 dos farsários. Ou seja, dois mentirosos não foram detectados pelo instrumento. Ao mesmo tempo, 1598 pessoas inocentes foram consideradas espiãs. Aplicando esse estudo ao caso peruano, muitos policiais poderão ser identificados como corruptos embora não sejam.

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Corrupção policial

Apesar disso, segundo um relatório realizado pelo AmericasBarometer Insights, a corrupção policial é uma das principais irregularidades da América Latina. A pesquisa explora o impacto das percepções de má conduta policial sobre a democracia. No caso do Peru, em 2008, 52% dos peruanos achavam que a polícia estava envolvida em um crime. No Brasil, 47% das pessoas compartem a mesma opinião.

Dentro da Federação Brasileira, a Polícia Militar do Rio de Janeiro foi confirmada como a mais corrupta do País, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha. O estudo estabeleceu que 30,23% dos cariocas declararam ter sido vítimas de extorsão da Polícia Militar. A segunda e terceira posições estão ocupadas por São Paulo e Pará, respetivamente, formando o pódio de estados com maior corrupção policial no Brasil.

Ana Abril com informações da Andina, do AmericasBarometer Insights, do National Academies Press e do Instituto Datafolha

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Redação Revista Embarque

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