Neste mês de abril, a Secretaria de Aviação Civil (SAC), do Ministério de Portos e Aeroportos, promoveu o seminário “Inovação no Gerenciamento do Risco de Fauna”, que contou com a presença de especialistas de diversos países para discutir e trocar experiências sobre o risco da presença de animais próximos aos aeródromos e o manejo correto da fauna. O evento reuniu mais de 300 inscritos de 13 países.

Para o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o seminário reforça o compromisso da pasta com a segurança da aviação civil e com a preservação ambiental. “Essa é uma iniciativa de extrema importância, porque as medidas de monitoramento e manejo da fauna garantem a segurança nos nossos aeroportos, garantem a integridade das aeronaves e protegem tanto os passageiros quanto os animais.”

Dos Estados Unidos, especialistas apresentaram ferramentas utilizadas para diminuir os impactos entre animais e aeronaves. “O intercâmbio de informações melhora o projeto brasileiro conduzido pela SAC e tem potencial de parceria com aeródromos e companhias aéreas. Foi um momento de troca importante para o setor”, explica Karla Santos, coordenadora geral de Gestão da Aviação Civil.

No evento, também foram debatidos os resultados do projeto “SAC Risco de Fauna”. A iniciativa visa ampliar o conhecimento técnico sobre a presença de animais em áreas aeroportuárias, propondo soluções que aumentem a eficiência no controle de fauna e reduzam ocorrências que possam comprometer a segurança das operações aéreas.

O projeto já identificou 57 espécies distintas envolvidas em colisões não significativas com aeronaves, por meio de 320 amostras coletadas e 250 analisadas por uma rede colaborativa de laboratórios e aeródromos. Três laboratórios realizam as análises genômicas e já identificaram espécies que precisam de mais atenção no manejo no entorno dos aeródromos, como a pomba de bando, o quero-quero, o urubu de cabeça preta, o morcego de cauda grossa e o carcará.

A coordenadora de Segurança Operacional e Carga da SAC, Raquel Rocha, destacou a importância do debate sobre identificação precisa das espécies envolvidas nas colisões para reduzir os riscos nas operações aéreas. “A realização do seminário reafirma o compromisso da SAC/Ministério com a inovação e a sustentabilidade da aviação brasileira. O apoio ativo dos aeródromos é fundamental para garantir o sucesso das ações de manejo de risco de fauna, contribuindo para uma gestão mais assertiva tanto na segurança operacional como nas iniciativas de conservação ambiental”, salientou.

Base de informações
Em março de 2024, o Ministério de Portos e Aeroportos lançou a Base Nacional de Informações de Medidas de Mitigação do Risco de Fauna, na plataforma Hórus, para centralizar e compartilhar estratégias adotadas pelos aeroportos brasileiros, além de literatura técnica e científica nacional e internacional. Atualmente, a ferramenta reúne mais de 5 mil medidas relacionadas a 122 espécies, incluindo aves, mamíferos e répteis, e 216 grupos faunísticos.

O projeto foi desenvolvido pelo MPor em parceria com o Laboratório de Transportes e Logística da Universidade Federal de Santa Catarina (LabTrans/UFSC) e incluiu estudos voltados para a identificação das espécies de avifauna envolvidas em colisões com aeronaves, quase colisões e avistamentos, bem como o desenvolvimento de atividades relacionadas ao gerenciamento do risco de fauna na operação de aeródromos brasileiros.

A Base Nacional de Informações de Medidas de Mitigação do Risco de Fauna está disponível gratuitamente para a comunidade aeroportuária e para todos os interessados no tema, promovendo assim um aumento da segurança operacional na aviação.