Quênia debate segurança anti-terrorista em aeroportos do país

28 de fevereiro de 2014

Centro de segurança será criado para evitar ataques armados do grupo Al Shabaab.

Durante a primeira reunião de 2014, o Conselho de Segurança Nacional de Quênia (NSC) destacou como ponto do encontro o reforço da segurança no Jomo Kenyatta International Airport (JKIA) e no restante dos aeroportos do país. Segundo o Conselho, o JKIA, o aeroporto mais movimentado do Centro da África, situado em Nairóbi, poderia ser alvo de ataques armados. (fotos: Michael Ward Gulfspotter / GIS / AFP Photo – James Quest)

Para assegurar a estabilidade dentro das instalações aeroportuárias, se criará um centro integrado de segurança próximo ao aeroporto. A partir dessa base, será coordenado o sistema de detecção de intrusos, a proteção do depósito de combustível e o controle dos MANPADS- mísseis lançados pelo homem -, especialmente perigosos para aeronaves em baixa altitude.

A principal preocupação do Conselho de Segurança Nacional queniano refere-se aos confrontos vividos em seu vizinho, o Sudão do sul. Formado pelo presidente queniano Uhuru Kenyatta e os principais chefes dos órgãos de defesa do país, o Conselho teme que a violência em curso no Sudão do Sul se espalhe pela região e coloque em risco a segurança nacional queniana.

al shabaab Militantes do Al Shabaab transportando MANPADS, armas que podem provocar a caída de um avião

Nascido em 2011, o Sudão do Sul é resultado de uma divisão interna no antigo Sudão, que ainda não está completamente resolvida e explode frequentemente episódios de luta armada.

O papel da Organização das Nações Unidas (ONU) na mediação do conflito também foi discutido no encontro.

O objetivo é evitar fatalidades como a de 21 de setembro de 2013, quando o grupo terrorista Al Shabaab assaltou o shopping Westgate, em Nairóbi, e matou 67 pessoas. A milícia entrou no prédio atirando indiscriminadamente e manteve controle sob o shopping e os reféns por três dias.

shopping westShopping Westgate após o ataque terrorista perpetrado pelo Al Shabaab

Além dos conflitos étnicos que acontecem no país – concretamente em Marsabit, Mandera, Rio Tana, Turkana, West Pokot, Samburu, Baringo, Taita Taveta, Kitui e Isiolo -, o Quênia também é parte do conflito do Sudão do Sul. Tudo começou após o envio de tropas quenianas, em 2011, motivada por uma acusação de que o Al Shabaab sequestrava estrangeiros. A participação do Quênia no conflito provocou a ira dos membros do grupo islâmico, cuja represália foi o ataque no shopping na capital da Quênia.

O conflito do Sudão do Sul começou após o presidente do país, Salva Kiir, acusar o ex-vice-presidente, Riek Machar, de liderar um golpe de estado fracassado, em dezembro de 2013. Ambos os dirigentes pertencem às tribos Dinka e Nuer, respectivamente. O governo nega que o enfrentamento seja por razões étnicas, porém, segundo testemunhos de refugiados, muitos civis são agredidos apenas por “não falar a língua” dos atacantes.

Ana Abril com informações do Bernama, da BBC e de El País

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Redação Revista Embarque

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