Alimentos reciclados gerarão US$ 1 milhão a Aeroporto nos EUA
17 de janeiro de 2014
A reciclagem é feita com minhocas, a venda proporciona benefícios econômicos.
O Charlotte Douglas International Airport, no sudeste dos EUA, usará mais de um milhão de minhocas para reciclar os resíduos orgânicos gerados pelo próprio aeroporto. Com isso, o aeroporto estadunidense reduzirá os resíduos que cada ano envia ao aterro sanitário Charlotte Motor Speedway e espera receber mais de US$ 1 milhão com a venda de materiais recicláveis e adubo. (fotos: City of Charlotte – Corporate Communications & Marketing / Flickr Mr. Bsod)
A medida foi autorizada na última semana pelo Departamento de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais da Carolina do Norte e possui várias vantagens ambientais e econômicas.
O processo da compostagem pertence a um plano do centro de reciclagem Charlotte Douglas, situado no aeroporto e inaugurado em junho de 2012. Desde a sua abertura, o centro gerido pela empresa Go Green passou por dificuldades devido a excesso de custos e a falha de equipamentos. Por essas razões, o aeroporto perdeu US$ 490 mil no ano passado. Além disso, a instalação do centro custou US$ 536 mil, ou seja, 28% a mais do que foi inicialmente planejado.
O elevado custo do projeto foi definido pelo diretor-assistente de aviação do aeroporto, Mark Wiebke, como “obstáculos difíceis de vencer”. Agora, no entanto, o aeroporto já está pronto para começar a receber os benefícios econômicos provenientes da reciclagem. Segundo previsões, as vendas dos produtos reutilizáveis, como as garrafas de plástico ou o papel, atingirão US$ 360 mil, ou seja, se coletarão quase US$ 100 mil a mais do que o ano passado. O aeroporto também reduzirá em 24% as taxas de lixo do aterro, caso se recicle as mesmas duas mil toneladas de resíduos de 2013.
Segundo a empresa pública Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea (AENA), cada ano os aeroportos do mundo geram uma média de 10 mil toneladas de lixo. Grande parte dos resíduos reutilizáveis, como plástico ou vidro, é reciclada. Contudo, os resíduos orgânicos não são reaproveitados e tem como destino final os aterros sanitários.
Para que o centro de reciclagem consiga o sucesso, o Estado ainda tem que avaliar as mostras de adubo e demonstrar que não existem patógenos (organismos causadores de doenças). Se isso acontecer, a autorização do aeroporto para reciclar poderia virar permanente. Atualmente, a autorização é válida por apenas um ano.
Processo de compostagem feito por minhocas
Processo de compostagem
A decomposição dos resíduos orgânicos feita por minhocas, conhecida como compostagem, tem como resultado um adubo rico em material orgânico que é usado na agricultura e até mesmo em canteiros de flores, por exemplo.
Na primeira parte do processo, os resíduos do aeroporto são aquecidos, higienizados e quebrados por uma máquina misturadora e “digestora”. Depois do tratamento, os restos são distribuídos entre as minhocas situadas em tanques de 15 metros de comprimento. Por outro lado, a escolha das minhocas usadas não é por acaso.
O aeroporto possui minhocas Red Wiggler, uma variedade que se reproduz com facilidade e pode comer cerca de uma vez e meia o seu peso todos os dias.
Essa curiosa forma de reciclagem, normalmente usada em casas, está sendo cada vez mais utilizada em empresas e até mesmo em aeroportos.
Ana Abril com informações do CharlotteObserver e do KSDK
Redação Revista Embarque
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