Estádios da Copa têm importância física e imaterial

15 de abril de 2014

A opinião é do cartunista Ziraldo que torce essa edição seja bem diferente do Mundial de 1950

O cartunista Ziraldo está animado com a Copa do Mundo. Ele torce para essa edição seja bem diferente do Mundial de 1950, e espante da memória o sentimento de frustração pelo título não conquistado pela seleção brasileira naquela ocasião. Ziraldo estava no Maracanã naquele 16 de julho de 1950, na partida decisiva, em que os uruguaios levaram a melhor.
Para ele, os 12 estádios construídos têm uma importância imaterial, que transcende o futebol, por dar oportunidades à criatividade do povo brasileiro. O cartunista visitou, na última semana, o Estádio Nacional Mané Garrincha, e concedeu uma entrevista ao Portal Brasília na Copa. Confira os principais trechos

Copas do Mundo anteriores
Estive no Maracanã na final de 1950, naquele vexame. Vi também o Brasil ganhar da Espanha por 6 x 1, no mesmo campeonato e no mesmo estádio. Desde então, acompanhei todas as edições da Copa, mas pela televisão.
Sobre o Mané Garrincha
Estou impressionadíssimo! Nunca tinha entrado nesses estádios novos, feitos para a Copa de 2014. Me explicaram ali, na beira do campo, que existe uma iluminação especial para um pedaço do gramado onde não bate sol com frequência. Olha que incrível, fotossíntese artificial! (risos) Outra coisa que me deixou impressionado foi a ventilação. Tem a ver com o projeto, a arquitetura. Parece que estamos no ar-condicionado, mas é vento natural, uma beleza. O gramado está um brinco, o acabamento, os vestiários, é tudo incrível. Nem sei o que elogiar.

Importância do Mundial para o País
Sempre fui a favor da Copa, dos estádios, de trazer tudo isso para o Brasil. Nunca caí nesse discurso dos que fazem oposição. Esse papo de que “investimos em Copa e não em educação” é coisa de quem não tem a menor consciência política. Os estádios têm importância imaterial, pelo que significam para o País inteiro. Eles mostram que estamos em um País sério, que construiu 12 estádios como esse. Arenas que vão durar muito, como as arenas romanas que vemos até hoje. A vivacidade do Mané Garrincha é prova disso. Esse estádio jamais será um elefante branco. Acabei de saber que quase 700 mil pessoas estiveram aqui em 10 meses. Isso vai acontecer em Manaus, em Salvador, em todo o País.

O que fica para depois
O Brasil é um País jovem, todo mundo ainda está inventando. Há muito por fazer no País. Os brasileiros estão em busca de ganhar dinheiro, de trabalhar. Nosso povo é criativo e jovem, e agora, temos espaço para “inventar moda”. Minhas esperanças são para mim mesmo. Espero viver bastante, ver um pouco desse futuro. Já vivi o básico, mas quero mais dez anos, para ver no que vai dar esse País.

Conheça o novo Mané Garrincha
O palco do Distrito Federal para a Copa das Confederações e para a Copa do Mundo tem capacidade para 72 mil torcedores. Todos os assentos  – retráteis e marcados, em tons de vermelho – são cobertos e ficam a uma distância inicial de apenas 7,5m do campo.
Funcionando como sistema de “roda de bicicleta invertida”, a cobertura do estádio é composta por uma estrutura tensionada com cabos e treliças metálicas revestida por uma membrana autolimpante, que não pega fogo e reflete os raios ultravioleta. Na arquitetura, chamam a atenção os 288 pilares que circundam a nova arena, com mais de 36m de altura cada.
As áreas do público estão dividas entre arquibancada inferior, intermediária e superior. Há 74 camarotes e área especial para 2.850 jornalistas. Os acessos foram projetados pensando em praticidade, segurança e rapidez. A arena conta com área social de passeio e lazer, com 40 bares, quatorze lanchonetes e dois restaurantes. Os investimentos totais são da ordem de R$ 1,4 bilhão.

Sustentabilidade
Outra marca da nova arena é a preocupação com o meio ambiente, o que poderá fazer do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha o primeiro na história a receber o selo LEED Platinum, o certificado máximo de sustentabilidade.
Brasília sediou a abertura da Copa das Confederações da Fifa 2013, na vitória do Brasil sobre o Japão por 3 x 0. Em 2014, são sete jogos.Quatro na fase de grupos, sendo que um deles terá a Seleção Brasileira no gramado, em 23 de junho, contra Camarões. Além disso, sediará um confronto das oitavas de final (em 28 de junho) e um das quartas de final (5 de julho). A partida que decidirá o terceiro e o quarto lugar também ocorre no Estádio Nacional, dia 12 de julho.

Com informações do Portal Brasil

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Redação Revista Embarque

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