SP lidera entre as cidades mais caras da América Latina

6 de março de 2014

A conclusão é da The Economist que revelou que Singapura e Paris estão entre as mais caras do mundo.

Rio de Janeiro e São Paulo caíram no ranking mundial das cidades mais caras para se viver em 2014, segundo um estudo publicado pela Economist Intelligence Unit (EIU), braço de pesquisas da revista britânica The Economist. O ranking Worldwide Cost of Living (“Custo de Vida no Mundo”, em tradução livre) é elaborado anualmente com base na análise do preço de produtos e serviços em 140 cidades de 93 países.
A referência adotada para a comparação é Nova York que, neste ano, ficou em 26º lugar entre as cidades mais caras do mundo.
Segundo a EIU, a queda das cidades brasileiras na lista se deve prioritariamente à desvalorização do real ante ao dólar, forçando para baixo o custo comparativo dos produtos e serviços.  “O real mais fraco está por trás da queda. Na verdade, os preços no Brasil vêm subindo a um ritmo entre 6% e 7% nos últimos 12 meses, mas acabaram sendo encobertos pelos custos de outros locais devido à desvalorização da moeda brasileira”, afirmou à BBC Brasil Jon Copestake, um dos responsáveis pelo estudo, por e-mail.
Mesmo assim, São Paulo permaneceu entre as cidades mais caras para morar na América Latina. A capital paulista ficou atrás apenas de Caracas (Venezuela) e empatada com Cidade do México (México) e Bogotá (Colômbia) em relação ao custo de vida, mas à frente do Rio e de Buenos Aires, que ficou na 87ª posição.
Para conduzir a pesquisa, a EIU diz ter pesquisado mais de 50 mil preços individuais entre março e setembro do ano passado em diferentes tipos de comércio, desde supermercados a lojas de luxo.
Segundo a consultoria, a análise comparativa não levou em conta preços com descontos ou de fábrica, mas o valor pago efetivamente pelo consumidor.

Cingapura
Segundo a EIU, o custo de vida na cidade-Estado já vinha crescendo nos últimos anos impulsionado tanto pela apreciação da moeda local quanto pela inflação dos preços.  Há dez anos, para efeitos de comparação, Cingapura era a 18ª cidade mais cara para se viver no mundo, acrescentou a consultoria.
De acordo com o estudo, um dos exemplos que reflete a nova realidade da cidade-Estado é o custo do transporte, três vezes maior do que Nova York.
Além disso, a EIU acrescenta que com poucos recursos naturais, Cingapura depende de outros países para garantir seu abastecimento de energia e de água, o que a torna o terceiro destino mais caro do mundo quanto ao custo desses dois insumos.
Além da cidade-Estado, o estudo também chama atenção para o aumento do custo de vida em outros países do hemisfério oriental, especialmente a Austrália.
O levantamento destaca ainda que os preços voltaram a subir na Europa, coincidindo com a recuperação da confiança na região.
Como resultado, três cidades europeias (Paris, na França; Oslo, na Noruega; e Zurique, na Suíça) ficaram entre as cinco mais caras para se morar.
O estudo assinala, no entanto, que diferentemente de outras partes do mundo, o alto custo de vida na Europa não está associado exclusivamente a um único item ou categoria.
Entre as cidades mais caras do mundo, a EIU destaca o caso de Caracas, na Venezuela, que aparece na sexta posição no ranking geral. Ali 1 kg de pão custa o equivalente a US$ 11 (R$ 26).
Segundo a consultoria, apesar do controle de preços, a capital venezuelana, a única da América Latina e do mundo em desenvolvimento a figurar na lista das dez cidades mais caras do mundo, sofre com uma inflação galopante enquanto o câmbio é mantido artificialmente fixo pelo governo.
Por causa dessa combinação, diz o estudo, os custos comparativos situam Caracas à frente de cidades como Genebra (Suíça) ou Melbourne (Austrália).

A mais barata do mundo
A cidade de Mumbai, na Índia, foi considerada a mais barata para se viver pelo estudo. Segundo a EIU, a posição ocupada por Mumbai reflete os fatores estruturais que definem os preços no subcontinente indiano. “Apesar de as expectativas sobre o futuro da Índia serem altas, muito disso se deve ao tamanho de sua população e o potencial ainda não explorado de sua economia”, diz um trecho do estudo. “A desigualdade de distribuição de renda se traduz na proliferação de salários baixos, forçando para baixo os custos envolvendo os gastos domésticos e criando um limite para o aumento dos preços”, acrescenta a pesquisa.

Comparação internacional
Outros estudos publicados por outras consultorias estabelecem outras referências para a análise comparativa do custo de vida entre os países.
No último ranking anual publicado pela consultoria Mercer, Luanda, em Angola, encabeçava a lista das cidades mais caras do mundo, seguida por Moscou (Rússia), Tóquio (Japão), N’Djamena (Chade) e Cingapura (Cingapura).
Liderança
As dez cidades mais caras para se viver
1 – Cingapura (Singapura)
2 – Paris (França)
3 – Oslo (Noruega)
4 – Zurique (Suíça)
5 – Sydney (Austrália)
6 – Caracas (Venezuela)
7 – Genebra (Suíça)
8 – Melbourne (Austrália)
9 – Tóquio (Japão)
10 – Copenhague (Dinamarca)

As dez cidades mais baratas para se viver

1 – Mumbai (Índia)
2 – Karachi (Paquistão)
3 – Nova Déli (Índia)
4 – Damasco (Síria)
5 – Katmandu (Nepal)
6 – Argel (Argélia)
7 – Bucareste (Romênia)
8 – Cidade do Panamá (Panamá)
9 – Jidá (Arábia Saudita)
10 – Riad (Arábia Saudita)

Fonte: EIU

Com informações da BBC Londres

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Redação Revista Embarque

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