Do vandalismo à arte: o fenômeno do grafite em Nova Iorque
4 de maio de 2014
Mostra conta como uma atividade ilícita evoluiu para um movimento artístico
Encabeçado por adolescentes, que deixavam sua marca em vagões de trem e fachadas de prédios, o grafite explodiu em Nova Iorque na década de 1970. No início, o movimento era marginalizado por muitos, mas cerca de uma década depois esses jovens artistas viraram alvo de galerias comerciais e colecionadores. (Fotos:divulgação)
O grafite não transformou apenas a paisagem da cidade, mas teve impacto visível na música, com o hip hop, na moda e na cultura popular. Esse percurso é o tema da mostra “City as Canvas: Graffiti Art from the Martin Wong Collection” (Cidade como Tela: Arte em Grafite da Coleção de Martin Wong, em tradução livre), que fica em cartaz até 24 de agosto, no Museum of the City of New York.
Wong, artista e amigo de muitos grafiteiros, morto em 1999, começou a colecionar as obras ainda quando eram consideradas poluição visual. Em 1994, ele doou sua coleção ao museu, em Nova Iorque.
“Hoje a arte em grafite é amplamente valorizada, mas muitos questionavam seus méritos durante o desenvolvimento do movimento nos anos 1970”, diz a diretora do museu, Susan Henshaw Jones à BBC. A diretora lembra que ainda hoje o grafite desperta reações apaixonadas na cidade, tanto positivas quanto negativas, ao mesmo tempo em que continua fascinando moradores e turistas.
Uma viagem pelo grafite
A mostra conta com 150 obras de nomes como CEY (Cey Adams), DAZE (Chris Ellis), FUTURA 2000 (Leonard McGurr), Keith Haring, LADY PINK (Sandra Fabara), LEE (Lee Quiñones) e vários outros.
A maioria das obras originais são exibidas por meio fotografias da época, já que quase nada sobreviveu, principalmente depois de uma campanha da prefeitura para “limpar” a cidade no fim dos anos 1980.
A exposição também exibe trabalhos feitos em outras superfícies, como tela, papel e outros materiais – momento em que as galerias começaram a encomendar as obras e reconhecer o valor artístico e cultural. O visitante também poderá conferir diversos “black books”, cadernos onde os artistas faziam esboços e compartilhavam estilos e ideias com outros grafiteiros.
Serviço:
City as Canvas: Graffiti Art from the Martin Wong Collection
Até 24 de agosto de 2014, das 10h às 18h
5th avenida,1220, Nova Iorque, NY 10029, Estados Unidos
Mais informações: www.mcny.org
* Com informações da BBC Brasil
Redação Revista Embarque
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