Empresas aéreas firmam parceria para agilizar transporte de órgãos no Brasil

5 de dezembro de 2013

As aeronaves terão prioridade para pousos e decolagens.

Uma parceria entre o  Ministério da Saúde e as cinco maiores empresas aéreas  dará mais agilidade no transporte de órgãos e tecidos no Brasil. No dia 4 de dezembro, foi assinado o Acordo de Cooperação Técnica que conta com o apoio da Secretaria de Aviação Civil, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas, a Força Aérea Brasileira, a Agência Nacional de Aviação Civil e a Infraero, entre outras instituições. (Crédito da foto: Erasmo Salomão ASCOM/MS)

A expectativa é aumentar em 10% o número de órgãos sólidos transportados, os que exigem maior rapidez por conta do tempo de falência. Em 2012, 1.296 órgãos e tecidos (córneas e ossos) foram transportados. Neste ano, até o momento, o número mais que dobrou 3.514.

 

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Triagem
A partir deste acordo, uma equipe do Sistema Nacional de Transplante (SNT) do Ministério da Saúde ficará instalada 24 horas por dia e durante todos os dias do ano no Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA), localizado ao lado do aeroporto Santos Dumont, Rio de Janeiro.
A equipe dividirá espaço com representantes das empresas aéreas e dos aeroportos, meteorologistas de plantão e de outras entidades.
Segundo o ministro Padilha, o acordo formaliza a relação do Sistema Nacional de Transplantes, órgão do Ministério da Saúde com as companhias aéreas, além de trazer regras claras e definidas das partes envolvidas. “A partir deste fim de semana uma equipe formada por oito enfermeiros passam a trabalhar 24 horas, por meio de rodízio, no CGNA”, afirma.
Ao falar da prioridade de embarque e desembarque dos órgãos nas aeronaves, Padilha deixou claro que os passageiros não serão obrigados a ceder seus assentos. “Apenas contamos com o espírito solidário do povo brasileiro”, completa.
A parceria será formalizada na cerimônia de abertura do I Congresso do Sistema Brasileiro de Transplantes e 1º Fórum Nacional de Biovigilância, que iniciou na quarta-feira dia 4, e prossegue até sábado dia 7, em Brasília. Durante a cerimônia, haverá o lançamento de selo personalizado dos Correios, em homenagem as doações de órgãos e tecidos no País.

 

Prioridade
Com esta iniciativa, as aeronaves que estiverem transportando órgão passam a ter prioridade para pousos e decolagens. As empresas aéreas permanecem realizando gratuitamente o transporte aéreo, dentro do território nacional, com prioridade no embarque dos órgãos, das equipes de captação/condução, quando necessário, com autorização do Ministério da Saúde. Caso todos os assentos estejam ocupados e a urgência do transporte indicar necessidade, a empresa aérea deverá questionar os passageiros sobre a possibilidade de desembarque voluntário e embarque no próximo voo. O presidente da Associação das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, disse que a aviação brasileira prestará mais um serviço ao País ao salvar vidas.

Dados

Quase 60% dos transplantes realizados no País necessitam de logística aérea (comercial ou militar). Nos últimos doze anos houve aumento de 236% na utilização de voos para transporte de órgãos, equipes e materiais passando de 67, em 2000, para 5.102 neste ano.
No ano passado, foram 2.968. O crescimento é resultado do aumento da captação de órgãos e do número de transplantes, bem como de maior articulação entre a Central Nacional de Transplantes e as empresas aéreas.
O Brasil levou mais de duas décadas para atingir 9,9 doadores por milhão de pessoas (PMP). A meta do SNT é chegar 15 PMP até o final de 2014. A espera por um órgão caiu 37% em três anos, passando de 59,7 mil para 37,4 mil, em 2013.

Órgãos transplantados
O Brasil aumentou o número de transplantes de órgãos sólidos (pulmão, coração, pâncreas, rim e fígado). No primeiro semestre de 2013, o SNT registrou um total de 3.842 cirurgias realizadas (aumento de 3,8% em relação ao mesmo período de 2012 quando foram feitas 3.703). Os transplantes de medula óssea também cresceram 13% na comparação do último ano. Foram 974 no primeiro semestre de 2013 contra 862 (primeiro semestre de 2012).
No total, o Brasil realizou 11.569 até junho de 2013. E, em termos percentuais, houve aumento de 113% de transplante de pulmão.

 

Fim da fila para córnea
Os Estados de Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e o Distrito Federal conseguiram acabar com a espera para a realização de transplante de córnea. Nesses locais, a capacidade instalada dos serviços especializados e a quantidade de doações são suficientes para atender a demanda atual. Juntos, os estados e o Distrito Federal realizaram 3.967 cirurgias de córnea no primeiro semestre deste ano, o equivalente a 58% das cirurgias deste tipo realizadas no país (6.781, no total).

 

Aumento de recursos
Nos últimos 10 (2003-2013) anos teve crescimento de 328% no valor do recurso, saltando de R$ 327,8 milhões para R$ 1,4 bilhão. No ano passado, o Ministério da Saúde liberou mais incentivos financeiros para hospitais que realizam cirurgias na rede pública. Com as novas regras, os hospitais que fazem quatro ou mais tipos de transplantes podem receber um incentivo de até 60%.

 

Viviane Barbosa, editora Revista Embarque, com informações do Ministério da Saúde

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Redação Revista Embarque

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