Sindicatos da aviação apoiam acordo para zerar emissões de carbono até 2050
Essa meta foi aprovada 41ª Assembleia Geral da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI)
Por: Redação da Revista Embarque - 22 de fevereiro de 2023
184 países acordaram uma meta para a indústria da aviação zerar as emissões até 2050 na 41ª Assembleia Geral da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), uma agência especializada das Nações Unidas. (Foto: Dreamstime)
Os sindicatos que representam os trabalhadores da aviação e aeroespaciais há muito tempo pedem pela descarbonização, destacando que todos os países, indústrias e trabalhadores têm um papel a desempenhar no setor de aviação.
Em nota, a Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF), o sindicato global IndustriALL, a Federação Europeia dos Trabalhadores em Transportes (ETF) e o sindicato europeu IndustriAll trabalharam juntos para redigir as reivindicações sindicais em conjunto. O documento de trabalho enviado à OACI pelos sindicatos pediram uma Transição Justa para um futuro com carbono zero que enfatizou a necessidade de que a descarbonização da indústria da aviação seja gerida de forma socialmente responsável. Pediu diálogo social de qualidade, investimento em treinamento e a criação de planos de ação setoriais por parceiros sociais com as autoridades relevantes.
“Estamos em uma corrida contra o tempo para garantir um futuro sustentável. Milhões de trabalhadores da aviação estão vivenciando pessoalmente os efeitos das mudanças climáticas, que tornam os locais de trabalho da aviação mais perigosos. O aumento de turbulências representa um grande risco para passageiros e tripulantes, o calor extremo está afetando operações aeroportuárias e o aumento do nível do mar ameaça inundar aeroportos. Até agora, foi difícil atingir as LTAGs da OACI, mas para avançarmos com a ação na velocidade necessária, os trabalhadores precisam conduzir a descarbonização e a transição na indústria da aviação”, disse Gabriel Mocho Rodríguez, secretário da Seção de Aviação Civil da ITF.
Já para Georg Leutert, diretor do IndustriALL a indústria aeroespacial está sob pressão para encontrar soluções de emissão zero com base nos padrões globais. “Quanto mais isso demorar, mais os trabalhadores pagarão pelos déficits resultantes. É por isso que nós, sindicatos, devemos nos engajar na implementação da LTAG e políticas relacionadas.”
Para Eoin Coates, chefe da Seção de Aviação Civil da ETF, as expectativas sociais e metas ambientais devem caminhar juntas. “Os trabalhadores precisam estar no centro do processo de transição ambiental, uma transição que deve ser justa e que permita que os trabalhadores sejam parte ativa, desde a concepção até a implementação. Eles devem ser ajudados a se adaptar aos novos desenvolvimentos e ter empregos saudáveis e sustentáveis garantidos enquanto a indústria da aviação se torna um setor mais verde. Embora acolhamos o progresso feito pela LTAG na sustentabilidade ambiental da indústria, ainda há muito trabalho a ser feito com relação à sua sustentabilidade social.”
Segundo Isabelle Barthes, secretária-geral adjunta do IndustriAll Europa, os trabalhadores estão no centro da transição verde, mas, infelizmente, parece que foram esquecidos na declaração da OACI! Insistimos em diálogo social de qualidade e apoio adequado para garantir que nenhum trabalhador ou região seja deixado para trás, a transição verde deve ser uma Transição Justa.”
Redação Revista Embarque
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