Baseado em história real, estreia o Sequestro do Voo 375
A obra foca no heroísmo do piloto Fernando Murilo, que perde em voo o seu copiloto Salvador Evangelista, mas consegue salvar 98 passageiros.
Por: Redação da Revista Embarque - 11 de dezembro de 2023
Chegou às telonas do cinema em todo o Brasil, no último dia 7 de dezembro, o filme brasileiro “O Sequestro do Voo 375”, vencedor da categoria de Melhor Roteiro do Los Angeles Brazilian Film Festival (LABRFF). O prêmio foi concedido aos roteiristas Lusa Silvestre e Mikael de Albuquerque, durante o festival realizado em Los Angeles.
A história do motorista de trator maranhense Raimundo Nonato, que, transtornado com as dificuldades financeiras, decide sequestrar um avião da VASP com mais de 100 pessoas a bordo com o objetivo de atingir o Palácio do Planalto e matar o então presidente Sarney. A obra foca no heroísmo do piloto Fernando Murilo, que perde em voo o seu copiloto Salvador Evangelista, morto à queima roupa, mas consegue salvar 98 passageiros e cinco tripulantes e evitar a tragédia, que poderia ter sido o 11 de setembro brasileiro.
COMANDANTE MURILO (DANILO GRANGHEIA)
“É uma grande satisfação ver um filme de ação ganhar um prêmio de Melhor Roteiro, porque essa é uma marca de ‘O Sequestro do Voo 375’. O equilíbrio entre as cenas de ação e a profundidade dos personagens no contexto histórico e social da época é, com certeza, um acerto para este filme”, diz Joana Henning e CEO do Estúdio Escarlate. “Como produtora, fico muito orgulhosa de ter Lusa Silvestre e Mikael Albuquerque construindo esta história neste grande coletivo que é o cinema nacional.”
Para Lusa Silvestre, que começou a escrever o roteiro em 2017 e deu ao filme o tom de ação, confirma que toda a equipe estava certa em ser ambiciosa. “É um roteiro de ação vertiginosa, tecnicamente complicado de escrever, com uma estrutura de produção inédita no país. Queremos provar que dá fazer filmes assim aqui no Brasil – e parece que estamos conseguindo”, diz o roteirista, que já escreveu 18 filmes, entre eles Medida Provisória (2020) e Estômago (2007). “A porteira está aberta para outro projetos igualmente ambiciosos; o brasileiro é criativo e quando amparado por uma produção corajosa, a gente entrega. Sem dúvida. Prêmio é sempre um bálsamo, mas o que importa é o povo indo assistir”. O roteirista ainda diz que faz parte da ambição da equipe de “O Sequestro do Voo 375” recuperar as salas de cinema para o audiovisual brasileiro.
Cenas foram gravadas no estúdio Vera Cruz, em São Bernardo do Campo.
Para Mikael Albuquerque, que entrou no projeto em 2021 e trabalhou a complexidade dos personagens, esse é um reconhecimento para toda a equipe e elenco de “O Sequestro do Voo 375”. “O processo de escrita foi extremamente complexo e desafiador em vários níveis: técnico artístico e político. Eram muitos personagens muitas cenas e muitas quebras de perspectivas. E tudo isso com cenas de ação, thriller político e dramas intimistas”, detalha. Em 2017, durante a edição de 10 anos do mesmo festival, Lusa e Mikael também foram destaques, e a excelência carimbou o talento e a dedicação dos roteiristas com o prêmio de Melhor Roteiro por “A Glória e a Graça” (2017).
O diretor do filme, Marcus Baldini, celebra a premiação lembrando que o filme é resultado de uma união de forças entre roteiro, produção e direção. “Essa é uma história que o Brasil merecia saber e refletir, 35 anos depois, e o cinema brasileiro agora retrata de uma forma consistente e relevante para o público”, relata.
Redação Revista Embarque
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