Confira as expressões culturais usadas nas festas juninas

Trazidas ao Brasil pelos europeus no período colonial, as festas em homenagem aos santos Antônio, Pedro e João tornaram-se ícones,

Por: Redação da Revista Embarque com Ministério do Turismo - 18 de junho de 2023

“Em toda festa de São João tem foguete, tem balão” e tem palavras e expressões típicas que são passadas para as futuras gerações. Trazidas ao Brasil pelos europeus no período colonial, as festas em homenagem aos santos Antônio, Pedro e João tornaram-se ícones, ressaltam a cultura do interior e presenteiam o turista com delícias feitas de milho, tradições religiosas, danças embaladas pelo forró e, claro, um vocabulário que só a melhor época do ano tem.

A cultura dos festejos juninos é um pedaço da tradição do Nordeste que se espalhou e hoje é celebrada nas outras quatro regiões do país. Dados do Ministério do Turismo apontam que, em 2023, as festividades dos santos devem mobilizar mais de 26,2 milhões de pessoas e arrecadar cerca de R$ 6 bilhões pelo país, número 76% maior do que o contabilizado nos “arraiás” do ano passado, quando foram gerados mais de R$ 3,4 bilhões em retorno financeiro para os destinos nacionais. Portanto, os festejos juninos valorizam a cultura nacional e aquecem o mercado interno.
Valorizada também fica a nossa língua portuguesa com a riqueza das palavras que são ditas durante as festanças. Seja dançando “quadrilha”, ouvindo o narrador falar “anarriê”, recebendo um “correio elegante” ou participando da “lavagem dos santos”, quem vivencia um festejo junino experimenta a herança de um Brasil rural e histórico.

Confira algumas palavras e expressões juninas para você participar do “arraiá” com o vocabulário na “ponta da língua”:

QUADRILHA – Uma das palavras mais famosas da época, a quadrilha é a dança típica dos festejos juninos, onde os casais se unem para entrar no ritmo. A dança é de origem francesa, mas foram os portugueses que trouxeram para o Brasil. Ela acontecia como uma forma de agradecimento os santos pela boa safra produzida e as mulheres vestiam roupas alegres e coloridas. Hoje, a quadrilha é uma rica expressão da cultura popular brasileira e um dos principais atrativos da festança.

ANARRIÊ, AVANCÊ e BALANCÊ – São palavras de origem francesa (adaptadas ao “linguajar” brasileiro) ditas pelo narrador longo da quadrilha. Anarriê vem de “en arrière”, que significa de volta. Avancê vem do “avancer”, que significa avançar. Na dança junina, elas indicam quando os casais devem ir para trás ou para frente, um tipo de coreografia que faz da quadrilha junina um verdadeiro espetáculo de sincronia. Já balancê (do francês “balancer”) significa balançar o corpo no ritmo da música sem sair do lugar.

BANDEIRINHA – As bandeirinhas são uma das principais decorações típicas de um festejo junino e deixam o ambiente alegre e descontraído. Antigamente era comum gravar as imagens de Santo Antônio, São João e São Pedro em grandes bandeiras coloridas. Hoje em dia, para lembrar este ritual, as bandeiras foram substituídas pelas famosas bandeirinhas (mas, claro, isso não é uma regra).

LAVAGEM DOS SANTOS – As bandeirinhas e os santos se misturam em um ritual de “lavagem dos santos”, um momento histórico na tradição junina que perdura até os dias de hoje em algumas regiões do país. Trata-se do momento em que as bandeiras com os rostos dos santos são mergulhadas em água e o objetivo é trazer purificação.

ARRAIAL – E, claro, toda a festa junina e suas tradições compõem o arraial (ou “arraiá”), que é uma espécie de povoado, mas hoje também é o título dado para o local (e até mesmo para a festa) onde acontecem as celebrações típicas de junho. Nos festejos juninos, o arraial ganha aspecto rural e uma maneira de comemorar, incluindo trajes típicos, shows e manifestações culturais, fogueira, comidas típicas, encenações de casamento, espaço para dança, brincadeiras, entre outros itens.

CORREIO ELEGANTE – Por falar em brincadeiras, uma das mais famosas da época é aquela que coloca Santo Antônio, o santo casamenteiro, em ação, “desencalhando” muitos solteiros. A prática consiste em mandar uma pequena “carta de amor” a outra pessoa durante o festejo, podendo ser anônima ou não. A carta chega nas mãos do pretendente por meio de um terceiro, responsável por fazer interlocução entre os “pombinhos”. O correio elegante enviado pode ser correspondido ou não, mas nós acreditamos no amor e esperamos que seja sempre um final feliz, afinal, Santo Antônio não falha, hein!

PAU DE SEBO – Outra brincadeira tradicional é o pau de sebo, que requer preparo físico e habilidade. Consiste em um tronco de madeira fixado no chão e, em seu topo, é colocada uma quantia de dinheiro. Para ganhá-la, é necessário que o(a) corajoso(a) suba pelo tronco até o topo e pegue o dinheiro. Mas a dificuldade está no fato de esse mastro (pau) ser lambuzado por uma espécie de gordura (sebo) e dificultar a “escalada” até o topo da estrutura. A diversão está na criatividade e na destreza para conseguir pegar o prêmio.

QUENTÃO – Para esquentar o corpo nas noites frias de junho, a dica é buscar na barraquinha um quentão, bebida típica dos festejos dos santos. O Quentão, como o próprio nome diz, é uma bebida quente preparada com vinho tinto ou cachaça e aliado a outros ingredientes, como água, gengibre, canela, cravo, laranja ou limão (também podem ser usadas outras frutas, como maçã), açúcar e outras especiarias, dando um sabor especial “forte” e extremamente característico. Lembrando que o Quentão é alcóolico e só pode ser consumido por maiores de 18 anos.

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Redação Revista Embarque

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