Campanha Agosto Dourado reforça importância da amamentação

O Ministério da Saúde recomenda a amamentação até os dois anos de idade ou mais

Por: Matheus Batista, da ALESP - 5 de agosto de 2021

A importância da amamentação para o pleno desenvolvimento das crianças é tema da campanha Agosto Dourado, criada em 1992 pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em parceria com a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). Foto de Wendy Wei no Pexels

Instituída inicialmente como a Semana Mundial da Amamentação, a inciativa busca alertar para a necessidade do aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida do recém-nascido.

No Brasil, além da exclusividade no primeiro semestre de vida, o Ministério da Saúde recomenda a amamentação até os dois anos de idade ou mais, pois ela é a responsável por passar os nutrientes e anticorpos para a criança, protegendo contra infecções enquanto o sistema imunológico se desenvolve.

A enfermeira e consultora em amamentação, Bruna Grazi, conta que além de prevenir doenças respiratórias, alergia e até mesmo diabetes tipo 2 em crianças, a amamentação também beneficia a mãe. “A mulher que amamenta tem menos chances de desenvolver câncer de mama, câncer de ovário, osteoporose e diversas doenças relacionadas à mastite”, disse.

Este ano, o lema da campanha é “Proteger a Amamentação: uma responsabilidade de todos”. Para Bruna, “a amamentação é um direito humano que precisa ser respeitado e protegido por todos.”

Bancos de leite

E para as crianças que por algum motivo não conseguem ser amamentadas por suas genitoras, os Bancos de Leite Humano (BLH) servem como proteção ao direito universal que é a amamentação.

Os bancos são abastecidos por meio de doações de mulheres em fase de amamentação e podem salvar vidas. O Ministério da Saúde reforça que um litro de leite humano é capaz de alimentar até 10 recém-nascidos por dia.

Para ser doadora, é preciso seguir critérios como produzir leite além do necessário para seu filho, estar saudável e não utilizar medicamentos que impeçam a doação. Basta então entrar em contato com um dos 224 bancos de leite espalhados pelo Brasil, 58 deles em São Paulo, e seguir os passos para realizar o cadastro.

Covid-19

Ainda que o leite materno seja a via para que a mãe transfira seus nutrientes ao recém-nascido, não há indícios de que o leite possa ser contaminado pelo vírus Sars-Cov-2. Pelo contrário, a mãe vacinada oferece proteção ao filho. Por isso, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que mulheres infectadas pelo coronavírus ou que apresentem sintomas continuem a amamentar seus filhos normalmente.

Bruna Grazi conta que a amamentação pode ser mantida, mas seguindo todos os protocolos de higiene que o atual momento pede. “A mãe com Covid pode continuar a amamentar tomando todos os cuidados, se ela não estiver à vontade, pode extrair o leite e pedir a um cuidador que amamente o bebê”, disse.

Em tramitação

Buscando assegurar o direito a amamentação de agentes públicas do Estado, está em tramitação na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo o Projeto de Lei 368/21, de autoria da deputada Adriana Borgo (PROS), que proíbe o emprego de policiais, bombeiros e agentes penitenciárias gestantes e lactantes em atividades operacionais insalubres.

Para Adriana, “campanhas de conscientização sobre a amamentação são fundamentais, bem como legislações que assegurem esse direito às mães e aos bebês”. O projeto de lei de autoria da parlamentar está atualmente sob análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação.

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Redação Revista Embarque

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