SINA pede adiamento do leilão do Aeroporto de Congonhas
Entidade sindical denuncia que o processo tem impropriedades como a falta de estudos de impacto ambiental, de mobilidade urbana e de segurança aérea.
Por: Redação da Revista Embarque - 9 de agosto de 2022
Dirigentes do SINA (Sindicato Nacional dos Aeroportuários) realizaram nesta terça-feira dia (9) ato em frente ao Aeroporto de Congonhas para pedir a suspensão do leilão que está agendado para o dia 18.
O aeroporto de Congonhas está incluído na 7ª rodada de concessões aeroportuárias do governo federal, que totaliza 15 unidades em todo o Brasil.
O movimento conta com apoio de oito associações de bairros vizinhas que já pediram à Justiça o cancelamento do leilão, mas o pedido foi indeferimento pelo juiz substituto Caio José Bovino Greggio, da 12ª Vara Cível Federal de São Paulo, na última sexta-feira (5).
Os vizinhos do aeroporto pediam que fosse incluído no contrato que a futura concessionária tivesse responsabilidades por impactos ambientais e de trânsito provocados pelo aumento na movimentação de pousos e decolagens em Congonhas.
Leilão é precipitado, entidade pede prorrogação
Para o presidente do SINA, Francisco Lemos, esse leilão é precipitado e deveria ser prorrogado para que se possa aprofundar o debate com todos os setores envolvidos: Sindicato, associações de moradores e lojistas.
“Esse processo está ocorrendo de forma inoportuna no período eleitoral. Temos que alertar o passageiro que é um crime como estão conduzindo o leilão do Aeroporto de Congonhas”, frisa o sindicalista.
Em comunicado aos passageiros, moradores e funcionários, o SINA disse que o leilão de concessão de Congonhas é um risco “desastroso”, porque as condições são imprecisas e de critério duvidoso.
“O Aeroporto existe há 86 anos e a concessão traria um aumento de 36% das operações. Como reparar a mobilidade diante de um trânsito que aumentará 36% e que hoje já se encontra caótico. Além disso, também é preciso pensar na segurança no entorno do aeroporto, já que uma das propostas é torná-lo internacional”, cita trecho da carta.
Ainda segundo o informativo, o processo tem impropriedades como a falta de estudos de impacto ambiental, de mobilidade urbana e de segurança aérea com a previsão da ampliação do número de voos previstos após a concessão.
“Outra denúncia divulgada pela imprensa é que a empresa que assumirá a concessão é a CCR, ou seja, um leilão de cartas marcadas”, complementa.
O documento do SINA também reforça que é “irresponsável” a forma como está sendo conduzido o processo de leilão, que colocará em risco a segurança operacional, podendo ocasionar aumento de acidentes e incidentes aéreos.
“Por isso, pedimos que a data desse leilão seja prorrogada, porque, depois de concedido o novo dono terá somente seus lucros como objetivo”, reforça o final da carta.
Redação Revista Embarque
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